Piloto
- João Batista
- há 3 dias
- 27 min de leitura
— Okay, hora de dormirem — diz Verônica.
— Mamãe, conta uma história — diz o pequeno Guilherme.
— Certo... Qual vocês querem?
— Aquela que você derrotou os inimigos só com uma faca e as mãos amarradas — diz o jovem Ilidan.
— ... Definitivamente não.
— Então a dos Maias?
— Isso, isso — diz Guilherme com animação.
— Certo... Bom, tudo começa a muito, muito, muito tempo atrás... xistiam cinco guerreiros que protegiam todo o mundo — começa a contar, desligando as luzes do quarto e acendendo o abajur, projetando sombras na parede para dar mais vida à história. — Eram os mais valentes de sua tribo. Enfrentavam inúmeros inimigos para proteger seu povo… e o planeta inteiro.
Mas uma batalha, em especial, exigiu tudo deles. Depois de dias lutando sem descanso, tomaram uma decisão: aprisionar a arma mais destrutiva do universo — uma relíquia capaz de realizar qualquer desejo.
Para isso, selaram-na com cinco chaves: Vida, Morte, Caos, Calmaria e Equilíbrio. E para garantir que ela nunca mais fosse encontrada, os guerreiros se espalharam pelos quatro cantos do mundo, escondendo cada chave em um lugar diferente.
Diz a lenda que, um dia, o mal retornará… e os Maias precisarão se reunir mais uma vez.
— Uau... — dizem com um suspiro.
Ela recebe uma mensagem em seu celular e diz:
— Pronto, mamãe tem que ir — diz dando um beijo em suas testas — Vão dormir, amanhã terão aula.
— Mamãe — chama o pequeno Guilherme.
— Sim, querido?
— Se a senhora achasse essa arma... Que desejo iria fazer?
— ... Já está realizado. São vocês dois.
Ela se levanta e ao sair do quarto, antes de fechar a porta diz: "Amo vocês".
Ilidan vai para a parte de cima do beliche e Guilherme pergunta:
— Será que um dia esses Guerreiros vão voltar?
— Eu não sei... Espero que sim. Quero conhecer essas lendas.
— Eu também.
Ele se deita e olha a Lua pela janela de seu quarto e dá um sorriso esperançoso, cai no sono em segundos.
Dias atuais...
É visto apenas vultos correndo entre os prédios e becos da cidade no calar da noite. Rápidos e sutis, se movimentam com facilidade e quando a Lua ilumina seus corpos, são a equipe principal dos Maias. Mas, que agora usavam, além de suas máscaras, roupas diferentes umas das outras...
— Guilherme, onde tá o alvo? — pergunta Ruth.
— Um pouco à frente de vocês — responde ele atrás dos computadores, monitorando seus movimentos.
— Como um cara consegue roubar um banco de sangue e ninguém nota? — pergunta Gabriel.
Logo a frente ouve um estrondo e segundos depois um corpo grande e massivo pulando de um prédio a outro.
— Ele não era menor? — pergunta Aurora.
— Que bela programação para um sábado à noite — diz Ruth.
— Vão — diz Guilherme — Se ele causar mais um dano os civis vão notar.
— Okay. Eu resolvo isso com uma flecha só... — diz Leonardo mirando no corpo.
Ele atira e todos da equipe seguram nele. Por conta da corda que ligava ao seu corpo, eles são puxados para mais perto e quando estão mais próximos, Gabriel com seu bastão o acerta e o corpo é arremessado para o próximo prédio. Atravessando através da janela, dá abertura para a equipe passar. Com a luz da parte interna, ele ver quem o derrubou e se surpreende.
— O que um bando de adolescente estão querendo? ... E por que estão vestidos assim!?
— Nós somos... Pera, o que? — indaga Leonardo — Esse capuz me deixa muito maneiro, beleza?
— Nada contra, mas por que a garota está usando a roupa do Van Helsing?
— Me obrigaram — responde Ruth.
— Okay. Se gostam dessa roupa de couro. Não vou julgar — diz ele se levantando.
A equipe se posiciona para atacar, mas Aurora acaba perdendo seu equilíbrio e fica de joelhos.
— Tudo bem? — pergunta Ruth.
— O nível de insulina nela está bem baixo — diz o homem, com um sorriso.
— Correr... É ainda... Novidade pra mim... — diz Aurora ofegante.
— Eu cuido disso então — diz Gabriel tomando a frente.
— Toma cuidado — diz Guilherme — Parece que ele ficou mais forte depois que consumiu o sangue.
— Afinal... Quem é você?
— Pode me chamar de Dom Valerí.
Leonardo solta uma risada e diz:
— Você é um vampiro? — pergunta Leonardo.
— Não.
— Mas... Tipo... Você roubou sangue... Se chama "Dom" alguma coisa... Ficou fortão por causa do sangue... Vampiro — argumenta fazendo comparação usando as mãos.
— Eu não sou um Vampiro.
— Guardiã, quando você converteu a energia da bomba naquele dia... Achei que não teria efeitos colaterais na galera. — diz Gabriel.
— Bom, pelo menos a cidade não explodiu.
— Mas tirou um bocado de gente da mansão Xavier.
— E um Vampiro — diz Leonardo.
— EU NÃO SOU UM VAMPIRO.
— Desculpa aí se nos meus 9 minutos de puro desespero eu não tive tempo de testar em laboratório.
Esqueci de avisar a vocês, mas... Quando Aurora converteu a bomba no combate contra Alfa, embora tenha impedido a explosão, acabou liberando a radiação do mutation por toda a cidade. Assim, criando mutações em algumas pessoas, que eles chamam de Transformados. Que muitas vezes, acabam virando problemas depois.
— Vamos resolver logo isso — diz Gabriel, indo para cima do homem.
Com um soco, Valerí joga Gabriel no outro lado do prédio, atravessando o concreto, deixando apenas o buraco no qual passou. A equipe não faz nada, apenas se sentam e deixam ele brincar um pouco.
— Para um garoto... Bem forte—
Antes que terminasse de falar, Gabriel volta rapidamente, atingindo-o com um soco em seu rosto.
— Para um Vampiro, tem o reflexo bem lento.
— Eu já disse... Eu não sou um Vampiro!
Com movimentos rápidos, Gabriel atinge com força todo o corpo de Valerí. Deixa-o de joelhos e diz: "Boa noite" e com um golpe, o deixa desacordado.
— Que rápido — diz Ruth.
— Rápido. Enfia uma estaca de madeira no peito dele — diz Leonardo.
— Você tá melhor? — pergunta Gabriel.
— Estou sim — responde Aurora se levantando.
Ela chega perto do homem e põe um dispositivo nele.
— Pode mandar — diz ela.
— Certo — diz Guilherme.
Com um brilho, o corpo desaparece e é levado com um teletransporte. Afinal, depois que a Sede dos Mais foi destruída e Samantha e Ilidan construíram uma nova, os fugitivos desse nível são levados para eles. Mesmo que a equipe não saiba onde é...
— Quando vamos conhecer a nova Sede? — pergunta Leonardo.
— O Ilidan nunca mais me disse nada — diz Guilherme com um tom um tanto triste.
— Também sinto falta dele — diz Jéssica.
— ... Enfim, melhor vocês dormirem. Amanhã tem aula.
— Certo. — responde Gabriel.
Aurora tira todas as evidências visuais dos registros das câmeras e eles saem do lugar.
Em um lugar desconhecido...
Um homem olha fixamente para a chama de sua lareira enquanto fica remoendo seus pensamentos, buscando alguma resposta para suas perguntas. Ele se levanta e segue até mais próximo ao fogo. Com um movimento, puxa levemente um dos tijolos e uma porta se abre, mostrando a escada que descia para algum lugar...
— Finalmente — diz ele com um suspiro — Sem a guardiã, esse poder será meu.
Descendo os degraus, se ver em uma biblioteca imensa. Com os corredores de livros indo por vários metros. Mas, vai em um específico. Tira da estante e folheia-o por alguns segundos, como se já soubesse a página decorada, ansioso por esse dia.
— Aqui está. Teodoro, arrume as malas, vamos fazer uma viagem.
Pela manhã...
Ruth ver que os raios de Sol estão entrando em sua casa. Se levanta e logo as luzes do quarto são ligadas, mostrando a quantidade de tecnologia no cômodo. Mas, sem perder o charme simples que ela gosta. Ao sair da cama, ver suas espadas e roupa usada nas missões em um box de vidro.
— Bom dia, senhorita Ruth.
— Bom dia, Carmen. Os outros já acordaram?
— Tirando a senhorita Aurora, estão todos dormindo.
— Acorde eles, por favor.
— Agora mesmo.
— Alguma notícia do Õkami?
— Ainda não, senhorita.
Depois da luta contra Alfa, Õkami decidiu sair para espairecer sua mente, mas nunca informou sua volta ou seu paradeiro. Ruth começa a se vestir e os demais são acordados por uma música que começa a tocar em seus quartos, que logo começam a reclamar... "Ah, qual é?" diz Leonardo pondo o travesseiro em seu rosto. "Acordem seus preguiçosos" fala Ruth através de Carmen.
Depois da união da equipe contra Alfa, eles decidiram morar juntos na casa de Ruth, que acabou virando o QG, com Guilherme melhorando o lugar com suas tecnologias, deixou todos a vontade e acabaram se unindo cada vez mais.
Depois de tomar um banho e se vestir, Ruth vai para a cozinha e ver Aurora tomando café.
— Você que fez? — pergunta ela.
— Não... Não. Quando acordei a Carmen já tinha feito.
Os demais chegam e se sentam no banco do balcão.
— Estão todos do jeito que gostam. Descafeinado para Jéssica. Com leite para Leonardo. Amargo para Ruth e Cappuccino para Guilherme.
— E eu? — pergunta Gabriel.
— Ainda estamos seguindo sua dieta de 0% de cafeína.
— Obrigado... E o que tem pra mim?
— Suco de manga.
— Que legal...
— Vamos, vamos. Logo será o primeiro dia de aula de vocês. — diz Ruth.
— E você? — pergunta Leonardo.
— Eu não estudo, você sabe.
— E como aprende as coisas?
— Escola não é o único meio de aprendizagem.
Quando todos começam a beber suas devidas bebidas, um brilho toma conta do lugar e aparece uma pessoa no meio da sala, que sai de um portal de cor avermelhada atrás dele. Magro, com os cabelos cobrindo um pouco de seus olhos e com o suor misturando-se com os seus ferimentos, dá um ar de desespero. O que junta com seu traje que lembrava um pouco um ser místico, usando uma bata vermelha, com linhas douradas na cintura. Rapidamente, Ruth tira suas espadas e pula por cima do balcão, pondo as lâminas em seu pescoço, pergunta:
— Quem é você?
— Eu sou Stamas... E eu preciso... De... Ajuda... — responde dando fortes suspiros entre uma palavra e outra
— O que você quer? — pergunta Aurora.
— As chaves... O equilíbrio... Guerreiros...
Antes que diga mais alguma coisa, ele desmaia e o portal se fecha, deixando todos confusos.
— Depois de 9 meses sem coisas estranhas, surge um maluco na nossa sala — diz Leonardo — diz bebendo mais um pouco de café.
— Ele é um mago? — pergunta Jéssica.
— Eu não sei — diz Ruth — Meninos, me ajudem a levar ele para a sala de interrogação. E chamem a Alânia.
Enquanto isso, em um lugar desconhecido...
Ilidan anda pela os corredores da nova sede dos Maias, em direção a sala da diretora do lugar. Carregando um tablet em uma mão e um notebook na outra, caminha calmamente analisando a região da cidade onde os Transformados estão e vendo se é possível criar uma cura.
Ao abrir a porta, diz:
— Samantha.
— Oi.
A porta se fecha e ele diz mostrando os gráficos para ela.
— Essa é uma possível cura que eu e minha equipe estamos desenvolvendo. Precisamos apenas a permissão da diretora para prosseguir com as pesquisas.
— Como a Verônica conseguia fazer isso tão bem?
— Ora, você reconstruiu esse lugar praticamente do zero. Desconheço melhor pessoa para esse cargo.
Ela sorri e se levanta, ficando de frente a ele.
— Você é meio suspeito para elogios — diz pondo seus braços nos ombros de Ilidan.
— Só trabalho com verdades.
Eles sorriem um para o outro, com seus lábios se aproximando enquanto seus olhares se encaixam... Até que o computador recebe uma notificação.
— É difícil até ter paz com ele apitando de 5 em 5 minutos — diz ela.
— É o seu dever.
Ela olha o que é e diz que é uma ligação de Guilherme.
— Gui!? — indaga ele.
Samantha põe a ligação no monitor principal, que logo começa:
— Ilidan? Cara, precisamos conversar... Ah, oi, Samantha.
— Guilherme — cumprimenta ela.
— O que houve? — pergunta Ilidan.
— Apareceu um maluco aqui... E ele tá contando uma das histórias que a Verônica contava pra gente quando criança.
— O que tem?
— Acho que isso era mais que uma história para dormir.
— Por que acha isso?
— Talvez seja porque ele saiu de um portal?
— ... Estou indo.
No QG da equipe...
Quando Stamas acorda, se vê em uma sala vazia. Com seus braços e pernas amarrados, de frente para a Mestra das Mentes.
— Alânia — diz ele.
— Me conhece?
— Mestre das mentes, não é? Creio que foi você que me fez falar enquanto estava inconsciente.
— É, você falou bastante sobre chaves, armas, lendas... Qual foi a boca?
— Eu não estou sobre o efeito de drogas... Preciso falar com eles.
Fechando suas mãos, as algemas que lhe prendiam na cadeira se soltam. Ele caminha, massageando seus punhos, até a parede de espelho falso e diz:
— Preciso falar com vocês.
Os espelhos somem, ficando apenas o vidro transparente, revelando toda a equipe que estavam observando-o.
— Eu quero aprender esse truque. — diz Alânia.
— Quem é você? — pergunta Ruth.
— E o que você quer conosco? — pergunta Gabriel.
— Será um prazer contar isso a vocês. Bom, pelo menos de forma consciente.
Batendo as palmas e assoprando suas mãos, uma fumaça toma conta da sala e ele começa a falar enquanto a fumaça iria retratando sua narração.
— Muito tempo atrás um grupo foi decisivo na luta do bem contra o mau. E em sua batalha final, aprisionaram a principal arma usada por essas forças malignas. Para manter esse poder longe de inimigos, sacrificaram sua própria essência ao fim de selar essa arma. No fim, formaram-se 5 chaves: Vida, Morte, Caos, Calmaria e Equilíbrio. Essas chaves foram espalhadas por todo o planeta e só poderiam ser achadas pelos seus sucessores espirituais... Com o intuito de manter essas chaves seguras, Amanda se tornou a guardiã das chaves, sendo a única que tinha acesso aos locais, mas quando ela morreu, elas ficaram desprotegidas e existe uma força obscura tentando achá-las... Vocês são os únicos que podem ajudar a manter esse equilíbrio perfeito... Pois são os que Amanda considerou os sucessores ideais.
Do lado de dentro, todos observam a explicação e ao mesmo tempo desconfiam sobre essa explicação.
— E agora, o que fazemos? — pergunta Gabriel.
— Carmen — diz Ruth — Pode usar o detector de mentiras nele?
— Já fiz isso. Achei que iria me pedir.
— E o resultado?
— Ele está falando a verdade.
— Podemos confiar nele? — diz Leonardo.
— Eu não sei ´— responde Ruth.
— Deveriam tentar — diz Ilidan.
Eles se assustam ao vê-lo e perguntam.
— Como chegou até aqui? — indaga Jéssica.
— Teletransporte — responde ele.
— E o que trás aqui? — pergunta Ruth.
— Eu. — responde Stamas.
— Vocês se conhecem? — pergunta Aurora.
— Ele estava nas histórias que a Verônica nos contava — diz Guilherme, feliz — Oi, irmão! — fala ao abraçar Ilidan.
— Oi, Gui... Lembra da história? E tudo o que ele disse... Corresponde com o que ele falou — diz Ilidan.
Ele caminha até o vidro e olha nos olhos de Stamas e pergunta:
— O que você quer?
— Preciso ajudar eles...
— Vamos levá-lo para a Sede.
— Como? — indaga Leonardo.
— Da mesma maneira que eu vim.
Guilherme dá um sorriso e corre para a sala principal, o restante o acompanha, deixando Ilidan e Ruth com Stamas.
— Vamos levar você, mas se podemos confiar realmente no que diz, vai ter que usar algemas — diz Ruth.
— Você acabou de ver que eu as tirei sem esforço, né? — pergunta Stamas.
— Eu não me referi dessas.
Alânia anda até ele e põe dois braceletes nele, um em cada braço, que de imediato unem-se.
— Guilherme que fez? — pergunta Ilidan.
— Sim. Usou eletromagnetismo. Além de inibir as habilidades dos transformados.
— Vai funcionar com ele?
— Enquanto estava inconsciente, Carmen fez um exame nele e mostrou que ele emana a mesma radiação que um transformado... Só que a diferença, é que ele parece que foi exposto ao multation a bem mais tempo que um normal.
— Com todo respeito... Sem ofender a inteligência de vocês — diz Stamas — Mas, é meio óbvio que eu sou mais do que um... "Transformado".
— E o que você é?
— Os seres humanos normais não conseguem pronunciar. Mas, o mais perto que suas mentes conseguem pensar é... Um mago.
— Magia não existe.
— Sei disso, mas não uso esse negócio, meu corpo produz micropartículas que são capazes de distorcer a realidade.
— Enquanto estiver com esses braceletes juntos, não irá produzir nada — diz Ruth.
Alânia guia Stamas para fora da sala enquanto Ruth e Ilidan vão para onde estão os restantes. Chegando lá, veem Guilherme muito animado.
— Está pronto? — pergunta Ilidan.
— Sim, eu trabalhei muito nisso — responde Guilherme — Não vejo a hora de testar.
— Você não testou?
— Não tive essa oportunidade... Quais as coordenadas?
— Alguém pode me dizer o que é isso? — pergunta Ruth.
— Máquina de teletransporte. Só que essa é para se ligar com a da nova Sede... E cabe todos de uma vez.
— Tá... Cadê?
Na sala principal tem apenas os computadores usados nas missões, que eram todos ligados a uma circunferência de 5 metros de diâmetro.
— Aqui — diz Guilherme ativando algo no computador.
Então, o piso se eleva e uma escada criada junto. Alânia chega com Stamas e todos sobem no piso.
— Coordenadas? — pergunta Guilherme.
— 26°45'42.7"N 69°01'57.7"W.
— Pera, isso é onde eu tô pensando que é?
— Sim.
— Que maneiro.
Guilherme põe as coordenadas no computador e sobe rapidamente. Uma luz toma conta deles e em instantes, somem. Imediatamente aparecem no laboratório da Sede dos Maias e rapidamente Leonardo se vira e vomita no chão.
— Esqueci de dizer que nas primeiras vezes podem trazer efeitos colaterais... — diz Ilidan. — Tipo náuseas...
Jéssica tenta andar e acaba caindo do piso, que estava elevado.
— ... Perda de equilíbrio...
— O que eu tô fazendo aqui? — pergunta Gabriel — Quem é esse cara?
— ... E perda de memória recente.
Eles seguem Ilidan pela saída do laboratório, indo pelos corredores e vão se recuperando aos poucos, e conforme andam, ficam impressionados com o que veem... Até que percebem uma coisa...
— Estamos de baixo d'água? — indaga Leonardo ao ver no corredor uma parede de vidro, que deixava claro isso.
— Sim — responde Ilidan.
— Mais precisamente no meio do Triângulo das Bermudas. — diz Samantha.
Todos se alegram ao vê-la e vão correndo abraçá-la. Menos Ruth, que vai calmamente e apenas acena para ela.
— Vocês se tornaram uma equipe e tanto — diz ela — Estou orgulhosa.
— Soube que reconstruiu esse lugar do zero — diz Ruth — Como sabia desse lugar?
— E tinha que ser debaixo d'água? — pergunta Leonardo.
— Não tem medo de sabe... Triângulo das Bermudas é famoso por isso — diz Gabriel.
— Bom — diz Samantha — Essa é na verdade a Sede principal dos Maias. A primeira. Só que por algum motivo ela foi abandonada nesses últimos 15 anos. E sobre o fato dos acontecimentos anormais nessa região... Podemos dizer que são causados por esse lugar.
— Como? — pergunta Aurora.
— Antes de existir a Sede, o lugar era um templo — diz Ilidan — Os primeiros diretores viram que esse templo que criava as anomalias, então decidiram usar ao favor. Deixando o lugar totalmente seguro. Até hoje ninguém sabe como acharam, ou de quem era esse templo.
— Era de Lerem. Rei dos deuses na mitologia —
— Então você é o Stamas? — diz Samantha, interrompendo-o.
— Sim, é um prazer em conhecê-la — diz ele baixando a cabeça, como se fosse se curvar a ela.
— Vamos para a sala de interrogação.
Lá, ele continua com as algemas dentro de uma sala, andando de um lado para o outro enquanto a equipe repassa para Samantha tudo o que sabem. Mas, Guilherme fica olhando para ele através do vidro.
— O que houve? — diz Ilidan, chegando perto dele.
— Quando ele falou sobre a história que a Verônica nos contava... Eu não sei... Foi como se ele me desse alguma confiança...
— A Verônica tinha muitos segredos.
— Acha que ele era mais um deles?
— Ela era melhor amiga de uma mulher que via o futuro. Não acho coincidência nós sermos as únicas crianças que ouviram essa história e quase 15 anos depois sermos as pessoas que participam dela.
Guilherme ri e eles são surpreendidos por Stamas que começa a gritar, como se estivesse sentindo alguma dor agonizante. Todos correm até a sala, atrás do vidro e seus olhos começam a brilhar, com ele falando algo que eles não entendem direito. Símbolos aparecem em seu braço e ele com seu dedo começa a repassar no vidro, mas logo depois ele desmaia e os símbolos somem.
— Okay... — diz Jéssica — O que foi isso?
Os seguranças aparecem e Samantha pede para eles o levarem a ala médica. E eles vão para o escritório de Samantha. Todos começam a discutir sobre o que aconteceu e Ilidan olha nas filmagens se ver algo.
— Precisamos ter calma — diz Samantha.
— E aqueles símbolos? Foram uma armadilha? —pergunta Gabriel.
— Seja o que for — diz Ilidan — As câmeras não capturaram.
— Como? — indaga Aurora.
Ele põe no monitor principal e as filmagens mostram a imagem borrada e nenhum brilho vindo dele.
— Como vamos saber o que significa? — pergunta Ruth.
— Esperamos ele acordar — diz Ilidan — É o único jeito, nunca vi nenhuma escritura daquele jeito.
— Tem papel e caneta? — pergunta Leonardo.
— Tem, por quê?
Ele vai até a mesa e começa a rabiscar algo.
— Eu decoro rápido as coisas — diz ele — Sabe, preguiça de ter que estudar sempre, então aprendo logo de uma vez.
— Por isso você passou de ano? — brinca Gabriel.
Ele termina e mostra para todos.
— Aí, não é Picasso, mas né...
— Que simbologia é essa? — pergunta Ilidna
— Ele ia mencionando uma mitologia — diz Ruth — Talvez seja isso.
— Mitologia Plôbseã — diz Alânia.
— Como sabe? — pergunta Samantha.
— Quando eu invadi a mente dele, tomei a liberdade de estudar algumas coisas que ele sabia.
— Então consegue ler?
— Eu tentei na hora, mas meio que ainda ficou confuso.
— Deve ter ficado no seu subconsciente.
— Que irônico — diz Leonardo.
Todos olham para ele, que logo diz:
— Que foi?
— Voltando... — diz Ilidan — E se passarmos essa informação para o computador, usaremos como um tradutor.
— Certo. Só vou ter que inverter a polaridade dos meus anéis.
— E aí, Gui — diz Ilidan — Quer conhecer melhor o laboratório dos Maias?
Eles sorriem e acompanham Alânia para o laboratório.
— Querem comer alguma coisa? — pergunta Samantha.
Enquanto isso, em algum lugar da Floresta Amazônica...
Alguns caçadores correm desesperados pela mata, tropeçando nas raízes, rasgando a pele nos galhos. O som das folhas se partindo sob as patas pesadas da criatura os persegue como um tambor de guerra. Uma fera colossal, coberta por pelos encharcados de sangue, avança sem pressa — mas com precisão. Suas garras cravam no solo e deixam um rastro seco e ameaçador no ar.
Um a um, os gritos cessam. Corpos somem entre as árvores. Alguns são puxados para dentro da escuridão como se nunca tivessem existido. O número de sobreviventes se reduz a cada respiração ofegante.
Dois deles alcançam uma caminhonete velha e se jogam lá dentro. Mãos trêmulas, olhos arregalados. Um deles tenta girar a chave na ignição, mas mal consegue encaixá-la. Do lado de fora, ainda se ouvem pedidos de socorro — gritos cortados no meio.
De repente, um estrondo. Algo cai sobre o teto da caminhonete. As garras atravessam o metal com facilidade. Um deles é puxado para fora num movimento tão rápido que o outro só vê o rastro de sangue.
O sobrevivente salta do carro, arma em mãos, olhos varrendo as sombras. O silêncio agora é total.
— O que foi...? Está com medo...? — diz uma voz rouca, vinda de lugar nenhum, e de todos os lados ao mesmo tempo.
— APAREÇA! — ele grita, disparando contra a escuridão.
Mas então, sente.
Uma respiração quente e úmida na nuca. Seu corpo paralisa, como se tivesse sido mergulhado em gelo. Tenta puxar a arma de volta... mas seus músculos não obedecem. Nem as mãos, nem os pés. Nada.
As garras da criatura deslizam pelo seu braço, de leve, quase como um aviso. O suor escorre pelas têmporas. Ele sente a boca da fera se abrindo atrás dele — lenta, ameaçadora, como se saboreasse o medo.
— Se não quiser acabar como os outros... diga a todos... que as florestas têm um guardião. E ele não gosta de ser perturbado.
Num piscar de olhos... o monstro desaparece.
E o homem, agora sozinho, mal consegue respirar.
Pulando entre as árvores, corre e entra em uma caverna, atrás de uma cachoeira perto de onde estava. Entra devagar, com um paço de cada vez. Vai até uma pedra que ele botou uma foto de sua filha biológica e de Ruth. Ele olha com um sorriso, até que ouve alguém.
— Õkami — diz uma voz feminina — A quanto tempo.
— Quem está aí?
A pessoa sai das sombras e se revela.
— Eu lembro de você... Irmã da pequena Jéssica.
— Valentina. E eu preciso da sua ajuda.
Voltando ao laboratório...
Guilherme e Ilidan trabalham juntos no anel e no inibidor.
— Parece que foi ontem que criamos isso — diz Guilherme.
— Como vai na equipe?
— Bem... E o seu relacionamento?
— Como sabe?
— Eu e minha cunhada conversamos.
Eles sorriem e terminam.
— Alânia, pode vir.
Ela se senta na cadeira e Ilidan explica...
— Você precisa se concentrar no que viu na mente dele. Os arquivos vão direto para o computador, junto com o conhecimento vamos criar um algoritmo para criarmos uma tradução.
— Certo. — diz ela um pouco nervosa.
Guilherme tira o chip de conexão dos anéis e conecta no computador. Ilidan põe o aparelho na nuca de Alânia e eles começam. Então ela fecha os punhos por conta de um incomodo e se concentra no que viu na mente de Stamas. Os símbolos começam a vir mais rápidos e em sequências, e sem saber o motivo, ela sabia o que cada um significava.
Os meninos veem que os arquivos estão carregando rapidamente, até que Alânia é jogada para longe, por um impulso que parece vir do computador, atingindo-se com as prateleiras, alarmando os outros com o barulho. Guilherme vai ajudá-la a se levantar e Ilidan olha se os arquivos carregaram.
— Tudo bem? — pergunta Guilherme.
— Ele estava certo... Os meninos precisam impedir...
— Deu certo — diz Ilidan — Mas vai demorar no mínimo 1 hora para carregar tudo.
— Não precisa. — diz ela — Livro de Destino.
— Que!?
Depois de um tempo, todos se reúnem na Mesa Redonda. Um espaço separado para discutir as missões. Todos da equipe sentados e apenas Alânia em pé no projetor, explicando...
— Quando eu voltei a mente dele... Eu vi que tinha um livro... Que foi usado por o grupo que ele havia mencionado antes. Nesse livro tem a localização das chaves, além de escrituras antigas, feitas pelos Maias originais, ensinando como ativar as chaves. Mas, também vi que existe outra pessoa atrás desse livro. Vocês têm que achar antes dele.
— E onde ele tá? — pergunta Leonardo.
— Está em exposição no Museu de Orsay.
— França? — indaga Jéssica.
— Okay. Vamos pegar esse livro e deixá-lo seguro — diz Gabriel.
— Mas como vamos chegar lá? — pergunta Ruth. — O teletransporte pode nos levar?
— Precisaria de outro meio — diz Guilherme — O outro lado da abertura.
— Temos outro jeito — diz Samantha se levantando.
Eles a seguem, indo para o subterrâneo, onde guardam os veículos maiores. No elevador, a equipe tem uma pequena nostalgia da primeira vez que se reuniram. Com Leonardo soltando o comentário: " Aqui tem 13° andar?" fazendo o restante soltar uma leve risada.
Quando a porta se abre, se veem em uma grande garagem com um jato no centro, rodeado de outros carros e aviões menores.
— Que maneiro — diz Gabriel de boca aberta.
— Podem usar — diz Samantha — Chegarão em alguns minutos.
— Primeira missão em séculos sem usar aquela rouba estranha — diz Ruth.
— É, mas também estamos sem as armas — diz Gabriel.
— Diga isso por você — diz ela, mostrando que estava com suas espadas o tempo todo — Peguei antes de sairmos.
— Os uniformes? — pergunta Guilherme — Sem problemas.
Ele joga para cada um, um bracelete preto, semelhante a um relógio.
— Tomei a liberdade de modernizar eles. Quando precisarem, apenas passar a digital de vocês e a roupa se formará ao redor do seu corpo.
— Filho da mãe — diz Ruth.
Eles põem o bracelete e saem em direção ao jato. Vendo-os de longe, Ilidan pergunta:
— Eles sabem dirigir isso?
— É... — diz Samantha — Guilherme?
— Vou botar a Carmen no comando.
Assim que cruzam a entrada, as luzes do jato se acendem automaticamente, uma a uma, numa sequência suave que percorre o teto curvo da cabine. O interior se revela aos poucos — moderno, elegante, com um brilho frio refletindo nos painéis de controle.
Os bancos se alinham perfeitamente, envoltos por cintos inteligentes que se ajustam ao corpo assim que eles se sentam. Tudo ali cheira a metal novo.
Ruth caminha com passos firmes até a frente da cabine, sentando-se no assento do piloto. Suas mãos tocam o painel com naturalidade, como se já conhecesse cada botão, cada luz piscante. Ao lado, Aurora assume o posto de copiloto, os olhos atentos, absorvendo todos os detalhes ao seu redor.
Atrás delas, os outros ocupam seus lugares, em silêncio — não por medo, mas por respeito. Estão dentro de algo muito maior do que esperavam.
A nave parece responder à presença delas, com telas se ativando, sistemas iniciando sozinhos, como se reconhecessem quem está no comando.
Ruth lança um olhar rápido para Aurora. Ambas fazem um leve aceno de cabeça. Sem palavras — apenas entendimento.
As mãos de Ruth tocam os controles.
E o jato, como se tivesse aguardado por esse momento, começa a vibrar levemente.
— Você sabe pilotar? — pergunta Aurora.
— Eu já tive experiência com algo parecido.
Logo ouvem Carmen dizendo:
— Prontos para a viagem?
— Ora, você por aqui. — diz Gabriel.
— Não posso abandonar a minha equipe favorita.
— Então você tem outras equipes? — pergunta Leonardo.
— ... Então... Qual o destino?
— Museu de Orsay. — diz Ruth.
As luzes vermelhas começam a piscar dentro da base. Um som grave ecoa pelos corredores metálicos. Todos se preparam, se segurando com força enquanto o jato desperta com um rugido ensurdecedor.
Os motores ganham potência, o chão vibra. A porta da garagem se abre lentamente, revelando um túnel escuro que leva à superfície. Um feixe de luz invade o espaço, cortando a fumaça.
Em segundos, o jato avança, deslizando com precisão pelo túnel. O silêncio é engolido pelo som crescente da propulsão. E então ele decola, cortando os céus em alta velocidade.
Lá dentro, Leonardo se aproxima da janela. O reflexo do céu azul se mistura ao brilho dos controles. Ele olha para baixo… e o coração acelera.
O oceano se estende como um tapete vivo e infinito, reluzindo sob o sol. Um mundo inteiro de água sob seus pés.
Ele fecha os olhos por um segundo, respira fundo… e o jato segue, veloz.
— Tudo bem — diz Jéssica com um sorriso.
Ele sorri de volta e tenta se acalmar. Em poucos minutos chegam em França.
— Estamos chegando. Pousarei por cima do museu.
— Alguém aqui fala francês? — pergunta Ruth.
— J'étudie le français depuis mes huit ans — diz Aurora.
Ruth olha calada e Aurora diz:
— Eu falo.
— Ótimo.
O jato pousa silenciosamente sobre uma plataforma oculta, entre colinas enevoadas. Mal os pés tocam o chão, ele se ergue novamente sem fazer alarde, desaparecendo entre as nuvens com um leve zumbido. Em segundos, a aeronave ativa seu modo camuflado, fundindo-se ao céu como se nunca tivesse existido.
Ruth troca rapidamente de roupa, vestindo uma camiseta vibrante, boné e óculos escuros. Ao seu lado, Aurora ajusta a mochila e coloca uma câmera de turista ao redor do pescoço, tentando disfarçar o nervosismo com um sorriso casual. Leonardo, com uma camisa polo e um mapa aberto, tenta se passar por um turista perdido. Jéssica, com uma blusa colorida e óculos grandes, segura uma bolsa como se estivesse à procura de algo interessante. Gabriel, mais tranquilo, usa uma jaqueta leve e calça jeans, ajeitando seu celular como se estivesse buscando o melhor ângulo para uma foto.
Eles se aproximam da entrada do complexo, se misturando com outros turistas que andam despreocupados. O barulho do jato se perde ao fundo, enquanto as portas automáticas se abrem para revelar um hall de entrada movimentado.
Eles se dispersam pela sala, cada um seguindo uma rota diferente, ainda com o sorriso descontraído e comportamentos típicos de turistas.
Gabriel, com seu celular em mãos, vai até o balcão de informações. Com um sorriso amigável, pede informações sobre o melhor lugar para tirar fotos, como se estivesse apenas curioso sobre o local. A recepcionista, sorrindo, começa a falar sobre os pontos turísticos mais visitados. Nada fora do comum, mas ele está atento aos detalhes, observando o comportamento dos funcionários e procurando sinais que possam indicar áreas restritas.
Jéssica se aproxima de um grupo de turistas na entrada de uma galeria. Com seu jeito extrovertido, ela começa a conversar sobre as atrações locais, enquanto sutilmente estuda a segurança em torno das áreas mais exclusivas.
Aurora, por sua vez, finge estar absorvendo informações de uma exposição de arte. Ela para diante de um grande painel informativo e discretamente examina os detalhes do edifício, especialmente as áreas com restrição de acesso. Nada sobre algum tipo de biblioteca, mas ela descobre que um dos andares superiores é de acesso restrito a funcionários e convidados especiais.
Ruth, ao lado de uma parede de mapas turísticos, finge estudar o itinerário enquanto observa as áreas de segurança. Um segurança passa perto, mas ela o ignora com naturalidade, fingindo estar absorta em seus próprios pensamentos.
— Vai ser mais rápido se nos separarmos — diz Ruth.
Gabriel ver isso como uma oportunidade perfeita para fazer Aurora e Leonardo conversarem a sós. Pois, depois do beijo que Leonardo deu nela no dia do confronto com Alfa, eles ficaram sem graça um com o outro e se falavam somente em equipe. Então, Gabriel diz:
— Bom, a Ruth ama andar sozinha, então eu e a Jéssica vamos por esse lado — diz ele puxando-a.
— Então tá... — diz Ruth meio confusa — Quem achar primeiro, avisa pelo rádio. Boa sorte.
E cada um segue uma direção, com Aurora e Leonardo olhando o segundo andar.
— Eles realmente acham que a gente tá sem graça depois daquilo? — pergunta Aurora.
— Imagine se eles souberem que estamos juntos — responde ele rindo.
— Eiê, melhor assim. Deixa eles se fazendo de doidos.
— Como a Ruth diz: "Sem relacionamentos na equipe".
Eles riem e começam a procurar, assim como o resto da equipe. Jéssica pega um guia do museu para ter uma noção de onde procurar, abrindo o folheto e tentando entender, já que está em francês.
— O que diz aí? — pergunta Gabriel.
— Não sei... Não sei ler francês.
Ruth olha pela parte histórica e ver algo interessante.
— Droga.
Em seguida ela chama o restante para onde está. Ao chegarem, eles veem o problema.
— Qual é? Por que nunca conseguimos algo fácil? — pergunta Gabriel.
O livro está na parte mais protegida do museu. Com guardas e dentro de uma caixa a prova de balas e explosões. Em uma sala só pra ele. Aurora ler a placa e diz que só entra pessoas especiais, como da mídia, historiadores, políticos e etc.
— O que vamos fazer? — pergunta Jéssica.
— Vamos vir a noite — diz Ruth.
— Tem uma segurança especial — diz Gabriel — Deve está bem seguro, não acha?
— Se eu não conseguir roubar, posso confirmar que mais ninguém é capaz disso — responde ela indo para fora.
Eles saem e vão no teto e chamam Carmen, que desce e ficam no jato até anoitecer.
— Por que sempre temos que invadir um lugar? — diz Leonardo — Tipo, os Maias não têm autoridade para pedirem para transferirem para outro local e botarem um falso? Ou apenas comprarem.
— Deve ser porque ela pode voltar as suas origens assim — diz Gabriel, olhando para Ruth.
— Vão parar de fofocar ou vamos logo? — diz Ruth, indo no meio deles — Já está escuro, vamos.
— Vocês terão que saltar. O sistema de segurança irá notar se o jato se aproximar.
— Perfeito. — diz Ruth com um sorriso.
A porta se abre e todos se levantam.
— Os braceletes vão confundir o sistema de segurança. Poderão entrar despercebidos.
Eles estendem os braços e passam o dedo por cima, imediatamente, o uniforme vai se formando ao redor do corpo deles. Ruth é a primeira a aparecer, seu uniforme imponente feito de couro preto ajustado ao corpo. A jaqueta de sobretudo, com detalhes metálicos ao longo dos ombros e punhos, parece lembrar uma versão moderna e sombria de Van Helsing. O couro brilha suavemente, marcando a silhueta firme e decidida de Ruth. As calças pretas e botas de combate completam a composição, dando a ela um ar de caçadora experiente, pronta para lutar nas sombras. O cinto é repleto de compartimentos, como se pudesse carregar qualquer ferramenta. Seu olhar, profundo e focado, é parcialmente escondido por uma máscara preta de formato adaptável, com seus contornos sutis que ocultam sua identidade sem perder o ar de confiança.
Leonardo surge em seguida, vestindo um traje escuro. A jaqueta justa, feita de um material resistente e flexível, é de um verde escuro quase preto, com detalhes de costuras visíveis ao longo dos ombros e cintura. O capuz, que se encaixa perfeitamente sobre sua cabeça, pode ser puxado para cobrir seu rosto, deixando apenas os olhos visíveis. As luvas e botas são de material similar, ideais para uma movimentação ágil e furtiva. O uniforme é feito para o combate — cada peça foi projetada para resistência e agilidade. Sua máscara, discreta e eficaz, esconde sua identidade sem perder a expressão de alguém que sabe exatamente o que está fazendo.
Gabriel aparece logo atrás, o traje dele igualmente funcional, mas com um tom mais agressivo. Ao invés do capuz, ele usa um conjunto de gola alta, quase uma armadura, que o protege enquanto mantém sua agilidade. O preto predominante em seu uniforme é combinado com um tom de vermelho profundo, como se seu traje tivesse sido forjado nas sombras. Suas botas são robustas, prontas para suportar qualquer terreno, e seu cinto carrega compartimentos seus bastões. A máscara que cobre seu rosto é idêntica à dos outros, mas o tom de vermelho ao redor de seus olhos confere-lhe uma aparência imponente, quase predatória. Ele é um guerreiro na calada da noite, com um uniforme que reflete sua força e capacidade de se adaptar a qualquer situação.
Jéssica entra em seguida, sua figura contrastando com os outros membros do time de uma maneira única. O traje dela é mais feminino, mas não menos formidável. O uniforme rosa profundo, que começa com uma blusa justa de mangas longas e segue até as calças de combate perfeitamente ajustadas, é adornado com detalhes prateados e sutis. O design combina agilidade e elegância, com linhas que destacam sua força sem perder a feminilidade. Suas botas são de couro e de salto mais baixo, adequadas para correr e lutar sem perder a mobilidade. A máscara que cobre seu rosto, como a dos outros, tem um formato perfeito, permitindo que ela se movimente com liberdade enquanto mantém sua identidade oculta. Sua presença não é apenas de uma combatente, mas de alguém com suavidade e precisão.
Por último, Aurora aparece. A base do traje é de um tom roxo profundo, que reflete as nuances da noite. A jaqueta de couro se ajusta ao seu corpo, com detalhes em prata e costuras que a tornam ainda mais imponente. As calças, igualmente escuras, são feitas para garantir o máximo de mobilidade, e suas botas de combate possuem um design único, com os solados prontos para aderir a qualquer superfície. Como Gabriel, ela usa uma máscara preta que se molda perfeitamente ao rosto, deixando seus olhos penetrantes à mostra. Seu visual é ao mesmo tempo elegante e mortal, combinando com sua personalidade fria e focada. A cor roxa do traje transmite a sensação de poder oculto, alguém que pode ser imprevisível e eficaz quando necessário.
Com o sinal de Ruth, todos pulam em direção ao museu. Com ela na frente, abre uma brecha no vidro com suas espadas e eles aterrissam em segurança.
— Gente, eu tava pensando — diz Leonardo.
— Lá vem... — diz Gabriel.
— Tipo, se a Ruth é uma super ladra, por que não deixamos ela resolver isso sozinha?
— Porque preciso de vocês. São minha equipe — diz Ruth.
Eles a seguem e vão onde o livro está, mas a porta da sala já estava fechada, quando de repente uma luz toma conta do corredor. Um guarda fazendo sua ronda pelo museu passa pela área que estão e passa direto pois está tudo limpo.
— Viu. Por isso ensinei furtividade — diz Ruth.
Com todos no topo do corredor, segurando-se nas paredes e lustres. Quando o guarda sai, eles pulam e tentam abrir a porta.
— Gabriel, procure a sala de segurança. Apague todo o registro dessa noite.
— Certo.
Ele sai e Leonardo nota que a porta tem uma fechadura especial.
— Tem uma senha — diz ele.
— Deixa comigo — diz Aurora.
Ela se aproxima do painel com precisão quase cirúrgica. Em vez de ferramentas convencionais, saca uma das flechas de Leonardo — não uma qualquer, mas uma modificada com uma ponta multifuncional que se transforma ao toque. Com um estalo sutil, a extremidade da flecha se adapta, revelando um conector digital que ela encaixa no compartimento lateral do painel.
Um leve zumbido é emitido quando a conexão é feita. As luzes do terminal piscam em sequência até que o painel se abre com um clique mecânico suave, revelando o núcleo do sistema: um conjunto de fios ópticos e placas de circuito iluminadas por LEDs azuis pulsantes. Aurora trabalha rápido — identifica os cabos principais, os desativa com uma ferramenta de pulso eletromagnético portátil que desliga a corrente sem disparar alarmes.
Em seguida, ela passa para os fios de segurança. Usa uma pequena lâmina vibratória acoplada à flecha para cortá-los com precisão, isolando os sensores térmicos e os circuitos de autenticação. O sistema pisca, confuso, reiniciando. Com o núcleo exposto e o bloqueio digital comprometido, ela acessa a interface principal por um teclado holográfico emergente.
Digita um novo código: "000". As luzes do painel se apagam momentaneamente... e então a porta desliza para o lado com um som abafado, revelando o interior escuro e silencioso do local que estavam prestes a invadir.
— Boa — diz Leonardo.
— Obrigada.
Quando iam entrando, Jéssica para eles.
— O que foi? — pergunta Gabriel.
— O lugar tá cheio de rastreadores.
— Que nem nos filmes? — diz Leonardo.
— Sim. Minha máscara permite ver esse tipo de luz infravermelho, que nem a sua.
— Então vai — diz Ruth.
— O que!?
— Você consegue desviar normalmente.
— Mas não vou conseguir voltar com o livro daquele tamanho nas mãos.
— Leo, você também ver, né?
— Sim — responde ele.
— Quando ela chegar lá, atire no livro e puxe-o.
— Certo.
Na sala de segurança, Gabriel vê que tem um guarda dentro. Pensa em maneiras que pode resolver isso sem chamar atenção... Mas, ignora cada uma delas. Ele chuta a porta e assusta o guarda. Quando ele vai ver o que aconteceu, saindo da sala, Gabriel dá um soco em seu rosto e joga ele na parede, fazendo-o desmaiar.
Na porta do livro...
Vendo que precisará de impulso, Jéssica se afasta e pula por cima, desviando-se com graça e indo em direção ao centro, onde o livro está. Chegando nele, pega um de seus tessens e corta o vidro. Levanta o cartapácio que em seguida, Leonardo atira uma flecha com um cabo e puxa, mas acaba caindo para trás por conta de seu peso.
— Conseguimos — diz ele sem fôlego.
— Vamos — diz Ruth.
Eles saem sem serem vistos e voltam para a sede. No caminho, veem Gabriel, dizendo que todas as filmagens foram apagadas. Sobem no jato e voltam para a sede.
Quando chegam lá, veem que Stamas já está acordado, junto com os outros esperando-os.
— Finalmente — diz ele.
O livro imediatamente voa para sua mão. Todos ficam alertas, pegando suas armas e indo em direção deles. Abrindo sua mão em direção deles, paralisa-os e diz:
— Já disse, não sou uma ameaça... Ameaça é o que está por vir.
Fechando sua mão, todos voltam ao normal. Ele abre o livro e continua:
— Guerreiros, essa será a maior provação de suas—
— Cara, são quase uma da manhã, a gente roubou um livro, atravessou meio mundo e eu tô cansado. Amanhã a gente resolve isso, okay? — interrompe Leonardo.
— Certo.
Stamas estala o dedo, ele e a equipe principal param no QG deles.
— Foi que o isso? — pergunta Jéssica.
— Magia tem efeitos colaterais — diz Stamas.
Leonardo se vira e vomita no chão.
— Eu odeio isso. — diz ele.
9 MESES ATRÁS...
Quando Aurora converte a energia da bomba, criando a explosão, um pequeno morador de rua se apavora com o brilho e corre, quando a rajada o pega ele some.
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